Muito comum leitores e mesmo escritores, avaliarem um livro pela capa como peça de marketing, mas não é assim que uma capa deve ser vista e muito menos concebida graficamente.

Jamais a capa pode estar dissociada do conteúdo do livro, da mesma forma que o conteúdo não deve ser revelado por inteiro, por muito óbvio. A capa retém um segredo que ainda não revelado nem deve. É aí que o artista gráfico será reconhecido como tal, porque não é suficiente o domínio dos softwares, mas sim, o conhecimento da origem e o significado do que seja uma capa de livro através dos tempos quando, lá trás, o que hoje se conhece como capa não existia passou a ser conhecida como folha de rosto.

Ao ser concebida, graficamente, a capa deve levar em conta a história do livro desde as suas origens nos papiros, sua evolução através dos tempos, porém, sem nunca se perder. Esta evolução considera mudanças tecnológicas que foram instruídas desde as inovações da fabricação do papel, modo de impressão gráfica e todas as formas de avanços. Um capista, ou seja, um artista gráfico precisa receber, da editora, um briefing, um resumo do livro e a partir daí, elaborar os elementos de capa e apresentar ao cliente, no mínimo, três artes que, escolhida uma, seja depurada até atingir o ideal.

Excessos de informações gráficas e cores não são apropriados. Quanto mais policromia e elementos, mais poluição visual e é aqui que deixa de ser uma capa e passa a ser só uma peça de marketing mal feita. Portanto, o acompanhamento da editora é fundamental para se chegar ao resultado ideal que, ao mesmo tempo em que respeita a criação artística de um lado, do outro a objetividade e a linha editorial da casa publicadora.